[GUIA] Como colher escarro para exame de tuberculose: tipos de coleta

Antes de falarmos de como colher escarro para exame de tuberculose, vamos conhecer um pouco sobre essa doença, que pode vir a ser fatal se não for devidamente tratada.

Afinal, o que é tuberculose?

A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, que afeta principalmente os pulmões, mas que pode afetar também outros órgãos como:

pele;
rins;
linfonodos;
ossos;
cérebro, etc.

É causada por uma bactéria chamada de Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch.

Estudos mostram que, atualmente, 1/3 da população mundial está infectada pelo bacilo de Koch, mas apenas 10% das pessoas que entram em contato com a bactéria desenvolvem os sintomas da tuberculose.

A tuberculose pode ser transmitida pelo ar e pelo contato com secreções respiratórias contaminadas, como:

espirro;
cuspe;
através de uma simples conversa onde há trocas de perdigotos.

Leia também: [Tira dúvidas] Como coletar fezes para exame corretamente

Sintomas e sinais

O principal sintoma da tuberculose é a tosse. Por isso, recomenda-se que toda pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose usando alguns critérios da medicina preventiva.

Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como:

febre vespertina;
sudorese noturna;
emagrecimento;
cansaço/fadiga.

Em caso de contato com a tuberculose, nem todas as pessoas irão desenvolvê-la. Nesse caso, cada organismo reagirá de 3 maneiras possíveis:

O sistema imunológico irá conseguir controlar a bactéria e a eliminará definitivamente do corpo.

O sistema imunológico não irá conseguir controlar a bactéria e ela se desenvolverá, apresentando, na maioria dos casos, sintomas de tuberculose pulmonar.

O sistema imunológico vai conseguir controlar a bactéria, mas não vai conseguir eliminar do organismo, mantendo-a apenas “adormecida” por anos. No caso de uma baixa no sistema imunológico do organismo, ela poderá se tornar ativa novamente.

Como falamos anteriormente, apenas 10% dos pacientes com tuberculose latente irão desenvolver a doença.

Tipos de manifestação da doença

Existem 02 tipos de manifestações clínicas da tuberculose:

Forma pulmonar: mais frequente e mais relevante para a saúde pública, sendo a principal responsável pela disseminação e transmissão da doença, no caso do exame de escarro positivo. Devem ficar em isolamento, por pelo menos 15 dias, até que a medicação atue e consiga eliminar as bactérias das secreções pulmonares.

Forma extrapulmonar: ocorre em outros órgãos que não o pulmão e não são capazes de transmitir a bactéria. Não precisam ficar em isolamento no caso do exame de escarro negativo.

Como colher escarro para exame de tuberculose

Vamos agora falar sobre como colher escarro para exame de tuberculose. O exame de escarro é um método econômico, seguro e eficiente, sendo a primeira etapa no diagnóstico da tuberculose.

O escarro também conhecido como expectoração é um líquido espesso produzido nos pulmões e vias respiratórias que é eliminado com a tosse.

Como colher escarro para exame de tuberculose

Algumas instruções de como colher escarro para exame de tuberculose:

Na noite anterior, o paciente deve ser orientado a fazer uma boa higienização bucal.
O escarro deve ser colhido pela manhã, em jejum, antes do paciente beber ou comer.
Se fizer uso de prótese dentária, essa deverá ser retirada.
Ele deverá lavar a boca somente com água (sem utilizar creme dental ou soluções antissépticas para gargarejo).
Inspirar profundamente e provocar uma tosse a fim de que se possa produzir uma amostra do escarro, proveniente da árvore brônquica.
O material deverá ser lançado diretamente em um recipiente estéril (dado pelo laboratório) e ser vedado (verificar se a tampa ficou bem fechada).
Esse procedimento deverá ser repetido por 3 vezes, até que se consiga a quantidade necessária de material para análise (de 5 a 10 ml).
As coletas devem ser realizadas em locais abertos, de preferência, ao ar livre.
Se for colhido dentro de uma unidade de saúde, é preciso observar se existem condições adequadas de biossegurança (boa ventilação e fluxo de ar corretamente direcionado, o que pode demandar o uso de exaustores, ventiladores, entre outros).
Os coletores deverão ser identificados, lacrados e encaminhados ao laboratório no máximo em até 02 horas após a coleta. Se não for possível, deverá ser acondicionado em geladeira e enviado o mais rápido que for possível.
Imediatamente, higienize as mãos.

Observação: Se o paciente não conseguir expelir espontaneamente o escarro, uma vez que este escarro pode estar muito espesso, a equipe de enfermagem pode induzir a tosse profunda por meio da inalação de aerossol irritante com solução salina supersaturada de glicol propileno a fim de obter a expectoração.

Outras formas de como colher escarro para exame de tuberculose

Em alguns casos, pode ser necessário fazer uma broncoscopia para coletar amostras do escarro.

Após o paciente ser sedado, será inserido através da boca ou do nariz, um tubo fino com uma câmera na ponta que irá até os pulmões, onde será feita a coleta do material.

A coleta também pode ser feita por meio de sucção, onde um tubo mole e flexível chamado cateter naso-traqueal é inserido através do nariz e na garganta. É feito uma sucção por até 15 segundos para obter a amostra de escarro.

O pneumologista (médico especialista na área) interpretará o resultado do exame de escarro. Os resultados podem ser:

Negativo: é o resultado normal e significa que não foram encontradas bactérias que podem causar a doença.

Positivo: significa que foram encontradas na amostra de escarro as bactérias causadora da tuberculose. Inicia-se o tratamento imediatamente. Os doentes que apresentam sintomas de tuberculose são tratados com antibióticos por no mínimo 6 meses.

Esperamos ter esclarecido suas dúvidas de como colher escarro para exame de tuberculose!

É muito importante orientar o paciente com tuberculose, de forma clara, sobre a gravidade da doença e sobre o tratamento a que será submetido.

Orientar sobre a importância de se fazer o tratamento até o final e sobre as consequências do uso irregular dos medicamentos ou até mesmo da interrupção do tratamento.

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