O que são doenças crônicas? [DEFINIÇÃO + 5 EXEMPLOS + 8 dicas para evitar]

Você sabe o que são doenças crônicas? Sabe o que é uma doença crônica não transmissível (DCNT)?

Consideradas silenciosas por se desenvolverem ao longo da vida, as DCNT vitimam 38 milhões de pessoas no mundo todo a cada ano e correspondem a 68% da mortalidade global, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No Brasil, um estudo realizado por pesquisadores da Unicamp, UFMG, Fiocruz e Associação Brasileira de Educação e Tecnologia revela um dado alarmante: 45% da população brasileira, com 18 anos ou mais, apresenta pelo menos uma doença desse tipo.

Ficou curioso para saber mais sobre esses males que atingem tantas pessoas em todo o mundo? Então continue lendo, pois com esse artigo você vai:

saber o que são doenças crônicas
o que é uma doença crônica não transmissível
quais são os principais exemplos e causas de DCNT
e ver dicas de como prevenir esse tipo de doença.

O que são doenças crônicas?

As doenças crônicas são definidas amplamente como condições que duram um ano ou mais, requerem atenção médica contínua ou limitam as atividades da vida diária ou ambas.

Existem dois tipos delas:

As doenças crônicas transmissíveis, que são causadas por agentes infecciosos ( AIDS, hepatite B e C e tuberculose).

E as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), das quais trata especificamente este artigo, que são decorrentes de múltiplos fatores, tais como:

Condições de saúde:

fatores genéticos,
sexo e idade,
obesidade.

Hábitos e comportamentos de risco:

inatividade física,
alimentação inadequada,
estresse,
tabagismo e o abuso de bebidas alcoólicas.

Entenda melhor o que são doenças crônicas no vídeo do Canal Saúde:

O que é uma doença crônica não transmissível| PRINCIPAIS EXEMPLOS e suas causas

Segundo o Ministério da Saúde, as principais doenças crônicas não transmissíveis são:

doenças cardiovasculares,
doenças respiratórias crônicas,
hipertensão,
câncer,
diabetes.

1) Doenças cardiovasculares

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, as doenças cardiovasculares (grupo de doenças do coração e dos vasos sanguíneos) são a principal causa de morte no mundo, contabilizando mais de 17 milhões de óbitos por ano.

Alguns problemas cardiovasculares são causados por fatores genéticos. Entretanto, a grande maioria se desenvolve devido a hábitos prejudiciais à saúde, tais como:

dietas inadequadas,
sedentarismo,
uso de tabaco e uso nocivo do álcool.

Leia mais sobre doenças cardiovasculares:

Como saber se tenho problema no coração?

O que é trombose venosa?

Diferença entre aneurisma e AVC

2) Diabetes

Segundos a International Diabetes Federation (IDF), estima-se que um em onze adultos esteja vivendo com diabetes, aproximando-se de 465 milhões de pessoas em todo o mundo.

A doença provém de dois tipos específicos:

Tipo 1: quando o pâncreas não produz insulina suficiente, levando ao excesso de açúcar no sangue.
Tipo 2: relacionada ao modo como o corpo processa a entrada do açúcar no sangue.

Os fatores de risco ligados ao surgimento da diabetes incluem fatores genéticos e hereditários e a ausência de hábitos saudáveis. Entretanto, a doença também pode surgir devido a:

Pressão alta;
Colesterol alto;
Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;
Doenças renais crônicas;
Síndrome de ovários policísticos;
Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.

Cada tipo da doença apresenta sintomas específicos, mas os principais são fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia.

Conheça mais detalhes sobre a doença no vídeo do Dr. Dráuzio Varella:

3) Doenças respiratórias

As doenças respiratórias crônicas, tais como bronquite, asma, rinite, podem causar desde tosse e catarro até dificuldades respiratórias.

Geralmente, são causadas por componentes que causam alergias (poeira, fungos, etc.) e constante inalação de fumaça ou gases que prejudicam a saúde.

4) Hipertensão

Segundo dados do Ministério da Saúde, um em cada quatro brasileiros sofre de pressão alta e, após os 60 anos, essa proporção ultrapassa os 50% da população.

A doença ainda está por trás de 80% dos casos de acidente vascular cerebral (AVC) e 40% dos infartos. Além disso, é responsável por 25% dos casos de insuficiência renal terminal.

Uma pessoa é considerada hipertensa quando sua pressão fica maior ou igual a 14 por 9 na maior parte do tempo.

Na maioria das vezes a pessoa não apresenta nenhum sintoma, mas, quando a pressão está muito alta e já causando problemas adjacentes, ela pode sentir:

dor de cabeça ou na nuca,
tontura
zumbido no ouvido
e mal-estar.

Os fatores de risco para hipertensão incluem:

Hereditariedade
Obesidade
Sedentarismo
Má alimentação
Excesso de sal
Estresse

Veja mais detalhes sobre os perigos da hipertensão no vídeo do Dr. Dráuzio Varella:

5) Câncer

Essa é uma doença agressiva, das mais conhecidas e temidas, que advém do crescimento desordenado de células anormais.

Essas células se espalham rapidamente e são capazes de invadir outras partes importantes e vitais do corpo, formando tumores malignos.

Quando esses tumores não são descobertos em sua fase inicial, as chances de tratamento são comprometidas e a doença pode ser fatal.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) e do Ministério da Saúde (MS), o câncer de próstata é o mais incidente entre os homens no Brasil, com risco estimado de 66,12 casos novos a cada 100 mil homens.

Já entre as mulheres, o mais frequente é o câncer de mama, com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres.

Os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer são:

Genéticos e hereditários (parentes próximos com câncer)
Exposição irregular a agentes cancerígenos (luz solar, raios-x, produtos químicos, entre outros)
Hábitos poucos saudáveis (tabagismo, sedentarismo, alimentação não saudável, etc.)

Como prevenir as doenças crônicas não transmissíveis?

Agora que você já sabe o que são doenças crônicas, já deve ter percebido que muitas delas são causadas por hábitos prejudiciais à saúde.

Portanto, ao fazer escolhas mais saudáveis, você pode reduzir a probabilidade de contrair uma doença crônica e melhorar sua qualidade de vida.

Conheça 8 dicas para ter uma vida mais saudável:

1) Não fume

Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas a cada ano.

Não fumar, ou parar de fumar, reduz o risco de sérios problemas de saúde, tais como:

doenças cardíacas,
câncer,
diabetes tipo 2
e doenças pulmonares.

2) Alimente-se bem

Uma alimentação saudável ajuda a prevenir e gerenciar doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e outras doenças crônicas.

Uma dieta equilibrada de frutas, vegetais, grãos integrais, carnes magras e laticínios com pouca gordura é importante em qualquer idade.

Para mais dicas sobre como se alimentar melhor, leia:

O que é alimentação saudável

O que é alimentação não saudável

3) Movimente-se

A atividade física regular pode ajudar a prevenir e controlar a maioria das doenças crônicas.

Procure realizar atividades físicas moderadas, como caminhada, por pelo menos 150 minutos por semana.

Leia: 7 benefícios da atividade física para a saúde

4) Evite beber muito álcool

Com o tempo, o consumo excessivo pode levar à pressão alta, vários tipos de câncer, doenças cardíacas, derrames e doenças do fígado.

5) Durma bem

O sono insuficiente tem sido associado ao desenvolvimento e ao mau gerenciamento de diabetes, doenças cardíacas, obesidade e depressão.

Os adultos devem dormir pelo menos 7 horas por dia.

6) Aprenda a gerenciar seu estresse

Embora não possamos evitar o estresse, já que todos nós temos rotinas atribuladas, podemos pelo menos tentar gerenciá-lo de maneira mais saudável.

Você pode por exemplo:

Fazer uma aula de Yoga
Reservar pelo menos 30 minutos do dia para fazer o que gosta
Praticar meditação

Leia: 18 dicas de como ter saúde mental

7) Conheça sua história familiar

Se você tem um histórico familiar de uma doença crônica, como câncer, doenças cardíacas, diabetes ou osteoporose, é mais provável que você a desenvolva.

Compartilhe seu histórico de saúde da família com seu médico, que pode ajudá-lo a tomar medidas para evitar essas condições ou identificá-las precocemente.