Telemedicina no Brasil: como funciona, vantagens e desvantagens e regulamento

Há algum tempo, seria impossível pensar em consultas médicas a distância, não é mesmo? Porém, hoje, essa já é uma realidade cada vez mais presente na vida das pessoas.

A Telemedicina no Brasil vem se consolidando cada vez mais, impulsionada principalmente por esse momento de pandemia, no qual o deslocamento até centros de saúde tornou-se algo arriscado. 

Neste artigo, vamos explicar detalhadamente o que é a Telemedicina e quais são os seus caminhos no Brasil. Confira!

O que é Telemedicina e para que serve?

Na definição do Conselho Federal de Medicina (CFM), “Telemedicina é o serviço de cuidados com a saúde que utiliza tecnologias de informação e comunicação, para o intercâmbio de informações válidas para diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças”. 

Em algum momento da sua vida, você provavelmente utilizou esse recurso sem ao menos saber que se tratava de Telemedicina. 

Por exemplo, se você já ligou para o seu médico para falar sobre algum sintoma diferente e ele, pelo próprio telefone, o orientou sobre o que fazer. 

Com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, a Telemedicina vem ganhando cada vez mais recursos, tornando-se uma alternativa viável ao sistema convencional de atendimento.

Ela é de grande valor, por exemplo, no acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, como diabetes ou hipertensão. 

Esses pacientes, na maioria das vezes, não têm um problema médico urgente, mas requerem ajuda com ajustes de dosagem, dietas, receituário etc., o que pode ser feito remotamente.

Além disso, as consultas de Telemedicina são úteis para acompanhar todas as investigações laboratoriais ou monitoramento de sinais vitais e até mesmo chegar a um diagnóstico.

E,  ainda, a Telemedicina também é utilizada para formação e pesquisa, pelos profissionais da área de saúde.

No atual contexto de pandemia que vivemos, a Telemedicina se torna ainda mais importante,  já que evita a necessidade de uma visita física para obter aconselhamento médico ou tratamento. 

Veja mais sobre Telemedicina neste vídeo:

Como é feita a Telemedicina?

A Telemedicina é feita por intermédio de tecnologias de informação e comunicação, que auxiliam no atendimento e cuidados com a saúde do paciente.

Ela pode se dar de diversas maneiras, sendo subdividida nos seguintes ramos: 

Teleorientação 

É um serviço simples de aconselhamento, geralmente gratuito, do qual nenhum diagnóstico ou prescrição de tratamento ou medicação pode ser derivado, apenas orientações.

Teleconsulta

A teleconsulta é uma consulta médica realizada à distância. O paciente descreve seus sintomas, envia radiografias ou resultados de laboratório, se necessário. 

O médico ainda interage com outros especialista, se necessário, para estabelecer um diagnóstico, usando uma das tecnologias de comunicação. 

O médico pode assim prescrever legalmente medicamentos ou tratamentos, após esta consulta.

Telemonitoramento

É a possibilidade de assistência mútua entre profissionais de saúde durante o acompanhamento de um paciente. 

É particularmente útil para monitorar pessoas com doenças crônicas, gestantes de alto risco e idosos.

O paciente é monitorado remotamente, através de equipamentos que avaliam parâmetros clínicos e enviam relatórios aos especialistas que cuidam dele.  

Teleinterconsulta

Permite que um médico solicite remotamente a opinião de um ou mais profissionais de outras especialidades, com base em informações médicas relacionadas com o cuidado de um paciente.

A Telemedicina ainda pode ser utilizada para:

  • Capacitação de profissionais da saúde;
  • Acesso a resultados de exames;
  • Emissão de laudos à distância;
  • Troca de informações entre instituições de saúde;
  • Cirurgia robótica.

Veja mais informações sobre os tipos de Telemedicina, no vídeo abaixo:

Vantagens e desvantagens da Telemedicina

Vantagens da Telemedicina

  • Não há necessidade de deslocamento do paciente e do profissional;
  • Facilita o atendimento especializado e otimiza o tempo de recebimento do diagnóstico para pacientes afastados dos grandes centros urbanos;
  • Aumenta a adesão ao tratamento e o paciente se sente mais seguro e acompanhado, já que é possível tirar dúvidas sem precisar agendar um horário no consultório; 
  • O número de visitas a clínicas e hospitais diminui, o que também diminui a incidência de infecções transmitidas por contato;
  • Facilita o acompanhamento de doentes crônicos ou que passaram por algum procedimento, sendo possível alertar anormalidades mais rápido e evitar complicações; 
  • Facilita o compartilhamento de informações entre os profissionais, que aprimoram sua experiência técnica, melhorando o prognóstico de seus pacientes.

Desvantagens da Telemedicina

  • Necessidade de investir em plataformas especializadas, já que as gratuitas, como Whatsapp e Zoom, não garantem o sigilo das informações do atendimento; 
  • Demanda treinamento da equipe para lidar com novos aparelhos utilizados, adequação à nova rotina etc; 
  • Risco de extrapolar o limite entre o contato profissional e pessoal. O médico precisa estabelecer mais firmemente os limites, sempre mantendo a ética e a qualidade do atendimento.

Telemedicina no Brasil: regulamento e iniciativas 

Iniciativas de Telemedicina estão presentes no Brasil desde a década de 1990, quando eletrocardiogramas passaram a ser disponibilizados a distância.

Em 1997, a USP foi a primeira a criar uma disciplina dedicada ao estudo da Telemedicina. Seguida pela UNIFESP, que inaugurou um laboratório de telemedicina.

Já em 2005, a União encomendou o Projeto de Telemática e Telemedicina em apoio à Atenção Primária no Brasil, para auxiliar a capacitação de profissionais do SUS.

Hoje, a Telemedicina no Brasil conta com diversas iniciativas nas redes privada e pública.

Em Goiás, cerca de 500 retinografias têm seus laudos emitidos a distância todos os meses. Já na Região Sudeste, a Rede de Teleassistência de Minas Gerais (RTMG) avalia aproximadamente 2 mil eletrocardiogramas por dia.

Regulamentação da Telemedicina do Brasil

A primeira tentativa de regulamentação da Telemedicina no Brasil se deu com Resolução CFM nº 1.643/2002, exigindo estrutura e qualificação por parte dos profissionais e empresas que a exerciam.

Logo depois, a Resolução CFM nº 1.821/2007, do Conselho Federal de Medicina (CFM), previa normas para telessaúde, mas com restrições à prática da teleconsulta. 

Em 2018, o CFM publicou a Resolução 2.227/18 , que aprovava a realização de teleconsultas. Entretanto, a norma acabou sendo revogada após alguns dias.

No início de 2020, com a eclosão da pandemia, o CFM e o Ministério da Saúde, por meio da portaria portaria 467, autorizaram ações de Telemedicina, em caráter provisório, a fim de criar medidas de combate à disseminação do COVID-19.

Pouco depois, em abril, foi promulgada a primeira lei no Brasil que regulamenta o uso da Telemedicina, incluindo a teleconsulta, a Lei Federal número 13989/20.

De acordo com essa lei, as teleconsultas devem seguir os mesmos padrões normativos e éticos do atendimento presencial, inclusive em relação a valores cobrados.

Telemedicina no Brasil e Covid-19

A pandemia do Coronavírus vem impulsionando o crescimento e a procura pelos serviços de Telemedicina no Brasil. 

Desde que o Ministério da Saúde criou um aplicativo de teleatendimento, em abril, mais de 2 milhões de pessoas já recorreram ao serviço, evitando 64% das idas aos serviços de saúde.

A empresa responsável pela tecnologia e atendimento do Ministério da Saúde, a catarinense TopMed, verificou, ainda no início da pandemia, um aumento de 760% no atendimento remoto a pacientes.

Outra referência na área, a cearense Memori, observa um crescimento mensal de 20% no fechamento de novos serviços e prevê um acréscimo de 160% em sua carteira de clientes, ainda esse ano.

Quando usar a Telemedicina?

Nesses tempos de pandemia, em casos nos quais não há uma emergência médica, a teleconsulta se adequa perfeitamente, já que você não precisa se deslocar e se expor ao vírus.

Porém, caso tenha sintomas mais graves, não deixe de procurar o serviço presencial de saúde, pois isso pode colocar sua vida em risco. 

Caso o médico solicite algum exame, saiba que há recursos que permitem que esse laudo chegue até ele, sem você precisar se deslocar até seu consultório.

A Eigier, por exemplo, conta com o suporte de uma Central de Laudos 24/7, onde atuam somente radiologistas com título de especialista.

Esses laudos e respectivas imagens são disponibilizados no nosso site, com fácil acesso para o médico e o paciente.

A  Eigier Diagnósticos está há mais de 37 anos no mercado e é responsável pelo controle de empresas especializadas que atuam em medicina diagnóstica por imagem.

Confira alguns dos exames disponíveis em nossas unidades:

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