O que é fibromialgia? [GUIA completo: dos sintomas ao tratamento]

Conhece alguém que está sempre reclamando de alguma dor ou fica sensível com coisas simples como tocar em algo ou até mesmo escutar um barulho um pouco mais alto? Se sim, você precisa saber o que é fibromialgia!

Isso porque nossa primeira reação diante dessas pessoas pode ser acusá-las de “dramáticas” e “frescas” e achar que estão mentindo ou exagerando sobre o que sentem.

Mas isso não é verdade. A fibromialgia, também conhecida como síndrome da dor generalizada, é um problema real e que, segundo a American Society of Interventional Pain Physicians (ASIPP), atinge de 2 a 10% da população mundial.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e de um estudo realizado pela USP e pela Universidade Federal de Santa Catarina, no Brasil, a doença afeta cerca de 3% da população, um contingente de aproximadamente 5 milhões de pessoas.

Essa é uma condição predominante entre mulheres de 20 a 50 anos, em uma proporção de sete mulheres para cada homem. Mas também pode acometer pessoas de qualquer gênero ou idade.

Pessoas com fibromialgia têm maior propensão à dor e isso gera vários transtornos físicos e emocionais, que resultam em perda da qualidade de vida.

Continue lendo para saber, em detalhes, o que é fibromialgia!

O que é fibromialgia?

A fibromialgia, também conhecida como síndrome da dor generalizada, é uma condição caracterizada por crises de dor intensa e sensibilidade ao toque, em diferentes pontos do corpo e com longa duração.

Os principais pontos dolorosos e de sensibilidade são articulações, músculos, tendões e outros tecidos moles, afetando principalmente:

a coluna cervical,
a coluna torácica,
os cotovelos,
as nádegas,
a bacia
e os joelhos.

Indivíduos com essa condição são mais sensíveis e podem sentir dor com estímulos que não seriam dolorosos em outras pessoas, como mudanças de temperatura, claridade e até com sons e cheiros.

Além disso, as dores e os desconfortos causados pela fibromialgia podem causar outros tipos de transtornos, como dificuldade para dormir e problemas como depressão e ansiedade.

Segundo a Associação Americana de Ansiedade e Depressão, cerca de 20% das pessoas que vivem com essa dor crônica também sofrem desses distúrbios.

Saiba mais sobre a relação entre fibromialgia e depressão no vídeo abaixo:

A fibromialgia pode afetar gravemente a qualidade de vida do doente e não tem cura. Porém, com o tratamento correto, é possível gerenciar os sintomas para que a pessoa tenha uma vida normal, sem prejuízo às suas atividades pessoais e profissionais.

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e tratamento de fibromialgia.

O que causa fibromialgia?

Na verdade, ainda não se sabe exatamente o que causa fibromialgia. Porém, estudos já comprovaram que pessoas com essa condição possuem alterações na região do cérebro responsável pelos mecanismos de dor.

Também existem outros fatores associados ao surgimento da fibromialgia, como predisposição genética, estresse e traumas físicos e emocionais.

Outro ponto importante é que, além de fibromiálgicos terem mais chance de desenvolver distúrbios do sono, ansiedade e depressão, o contrário também acontece, podendo serem esses os fatores desencadeadores da síndrome.

Além disso, alguns indivíduos possuem um risco maior de desenvolver fibromialgia que outros, entre eles:

Mulheres, em especial aquelas com idade entre 20 e 50 anos.
Pessoas com histórico de parentes próximos com fibromialgia.
Pessoas com doenças como artrite reumatoide, artrite espinhal ou lúpus.

Quais os sintomas de fibromialgia?

Como já foi dito anteriormente, o quadro de sintomas de fibromialgia é caracterizado principalmente por dores intensas, que acometem vários pontos do corpo.

Porém, vários outros desconfortos e sintomas físicos podem surgir devido ao mal estar causado por essas crises prolongadas de dor.

Confira abaixo quais são os sintomas físicos, mentais e emocionais que podem acometer um fibromiálgico:

Quadro de sintomas físicos

Dor intensa e sensibilidade em várias partes do corpo (principalmente crânio, tórax e coluna vertebral) com pelo menos três meses de duração.
Dor de cabeça frequente ou enxaqueca, dor pélvica e/ou abdominal sem causa identificada.
Dormência e formigamento nas mãos e pés.
Palpitações.
Rigidez corporal.
Redução na capacidade de se exercitar.

Quadro de sintomas mentais e emocionais

Problemas para dormir como: insônia, sono fragmentado, sono não restaurador, apneia e síndrome das pernas inquietas.
Fadiga
Dificuldade de se concentrar, problemas de memória e dificuldade em atividades que demandem esforço mental.
Ansiedade e/ou depressão.
Comprometimento da rotina e realização das atividades diárias.

Veja exemplos sobre o que sente uma pessoa com fibromialgia no vídeo abaixo:

Como é o diagnóstico de fibromialgia?

Não é possível diagnosticar a fibromialgia com exames laboratoriais ou de imagem. O diagnóstico é realizado com base nos sintomas e em um exame físico feito pelo médico que identifica ao menos 18 pontos dolorosos no corpo.

Porém, por ser um problema que atinge pontos de articulação e músculos, pode ser facilmente confundido com outras condições como a tendinite, por exemplo.

Além disso, é fundamental realizar testes para descartar outras doenças que desenvolvam sintomas parecidos, entre elas:

hipotireoidismo,
doenças autoimunes,
doenças reumáticas
e distúrbios primários do sono.

Qual o tratamento para fibromialgia?

A fibromialgia não tem cura, é uma doença crônica. Porém, a adoção de um estilo de vida mais saudável e o uso de certos medicamentos podem ajudar a gerenciar e controlar os sintomas.

Geralmente, o tratamento inclui as seguintes recomendações:

Prática de exercícios físicos

A atividade física é uma das principais recomendações para o gerenciamento dos sintomas da fibromialgia.

A prática regular de exercícios atua direta e positivamente na melhoria das dores, da depressão, da ansiedade, do sono e da fadiga.

Não há uma atividade física especificamente recomendada. O ideal é encontrar algo que seja prazeroso realizar, de acordo com as preferências e os sintomas de cada pessoa.

Medicamentos

O uso de relaxantes musculares é indicado em casos de dor aguda e por curto período de tempo. Medicamentos como antidepressivos são mais recomendados para gerenciar a fibromialgia.

Terapias alternativas ou complementares

Práticas Integrativas e complementares, como plantas medicinais e fitoterápicos, medicina tradicional chinesa/acupuntura, medicina antroposófica etc., também vêm sendo muito utilizadas para gerenciar os sintomas da fibromialgia.

ProFibro: um aplicativo para portadores de fibromialgia

O aplicativo ProFibro foi desenvolvido por profissionais do Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com o intuito de auxiliar na melhoria da qualidade de vida de pacientes com fibromialgia.

O ProFibro foi tema de uma pesquisa apresentada no Congresso Europeu de Reumatologia, em Amsterdã, na Holanda.

O estudo foi realizado com um grupo de 40 pacientes, entre os quais, metade utilizou o aplicativo e metade recebeu uma apostila em papel com o mesmo conteúdo.

Depois de seis semanas, foi observado nos voluntários de ambas as turmas um abrandamento dos sintomas e benefícios gerais em seu corpo e bem-estar.

O app possui:

uma programação de exercícios físicos,
conteúdos dedicados à melhoria do sono,
agenda de compromissos pessoais,
um diário
e sugestões de atividades para realizar em família.

Além disso, o paciente preenche um questionário uma vez ao mês, que gera gráficos e estatísticas, com os quais é possível visualizar melhor seu progresso no controle dos sintomas.

O download gratuito do ProFibro está disponível no Google Play, para sistema operacional Android. Por enquanto, não está disponível para o sistema iOS da Apple.

Importância do diagnóstico

Agora que você já sabe o que é fibromialgia, sabe que essa síndrome pode gerar complicações que podem afetar seriamente sua qualidade de vida, não é mesmo?.

No entanto, se uma pessoa tiver um diagnóstico adequado, o tratamento pode permitir que ela retorne a uma vida mais saudável.

Se você acha que tem sintomas dessa síndrome, procure seu médico o mais rápido possível para começar a gerenciar os sintomas e viver melhor.

Além disso, lembre-se que consultar um profissional de saúde e realizar exames de rotina é fundamental para cuidar de sua saúde e estar sempre um passo à frente de possíveis complicações.

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